Corria o ano de 2019 quando Vice Blooms – LP de estreia de Cosmic Mass – redefiniu as coordenadas do psych garage português não fazendo reféns à sua passagem.

Concertos frenéticos, um bom par de singles e múltiplas menções na imprensa especializada elevaram a banda a um hell rasing status sem paralelo, justificado pela presença em alguns dos mais emblemáticos palcos nacionais, já com olhos nessa vasta Europa, que, não fosse a pandemia, entraria em estado de sitio em formato tour europeia.

Com o mundo em suspenso, criou-se a oportunidade para nova aventura discográfica, desta feita à boleia de um universo distópico e remoto, em um exercício narrativo intenso e visceral que nos chegou em 2021. Com as apresentações feitas passemos ao que interessa.

Alienation é o mais recente trabalho de Cosmic Mass e marca novo capítulo da banda que, farta de Bushmills e cerveja quente, pôs o olhar nas estrelas para nos contar uma história de um universo pós apocalíptico e esclavagista com texturas de um punk desenfreado alimentado a hidrogénio liquido que, embora situado em um futuro distante, tem demasiadas particularidades com o nosso presente actual. E foi com essa sinopse em mente que em 2022 a banda desbravou caminho e levou o novo disco numa epopeia que passou em alta velocidade por Espanha, França, Bélgica e Suiça.

Em Alienation sentimos os estratosféricos efeitos de uma banda que, rugindo pelo próximo palco, morde pelo último copo mas não é tudo: Alienation representa um refastelar de sci-fi punk.